segunda-feira, 27 de junho de 2011

O não, o sim, a felicidade.

Às dez horas em casa!
— Pai, tenho 18 anos!
Surpreso com o que podia ser interpretado como provável contestação, ele batia o martelo:
— Dez em ponto! Nem um minuto mais.
Chegar de volta às dez da noite, em ponto, era arriscado. O relógio do pai podia estar adiantado
e o dele comandava a operação. Mesmo que o dele batesse com o da Matriz corria-se o risco da
interpretação. “Essa igreja! Sempre atrasada”. Exatamente igual à bola de futebol. Na risca, ela está
fora ou dentro? Depende da disposição do juiz. Ou seja, aos 18 anos, tínhamos de chegar em casa no máximo às dez para as dez da noite, se não quiséssemos encontrar a porta fechada. Não adiantava bater na janela do irmão, o pai ficava acordado por algum tempo, à espreita. Dormia-se na rua? Não, batia-se na porta, sabendo do caminhão que seria despejado em cima, das ameaças de cortar a mesada (no meu caso nem era mesada, ele me dava um dinheiro de vez em quando, para um refrigerante, um sanduíche. Não que fosse avarento, não tinha mesmo).
Empregos? Numa cidade do interior, década de 50? Que emprego? Caixeiro do comércio? E o estudo? Não havia científico noturno ainda.
Claro que existiam permissões para se ficar até mais tarde. Raras. Em finais de semana, dias de baile. Chave de casa? Por que um jovem de 18 anos não tinha a chave de casa? Não era costume, não se dava, e pronto. Parece pré-história para o jovem de hoje, e no entanto tais coisas aconteciam há 40 anos, o que é nada histórica e sociologicamente. As relações pais e filhos eram mistos de respeito e terror. Ninguém chamava o pai de você, a não ser um ou outro colega, invejado.
De qualquer modo, soava estranho, era o mesmo que um deputado não se referir ao outro como vossa excelência, mesmo sendo inimigo mortal. Pai era senhor. Assim como se cumprimentava pedindo a bênção, beijando a mão. E palavrão? Coisa de rua, de gente
desclassificada, de marginal, de filho de lavadeira. Filho de lavadeira? Havia preconceito, de todos os lados, havia intolerância, levava-se uma existência cinza.
Quanto amigo meu levou tapa na boca, porque o pai, ao virar a esquina, deu com o filho, de 21 anos, fumando. Exageros? Totalitarismo? Em parte sim, em parte não. Pode parecer ridículo, mas havia nisso um cerimonial de civilização. Ainda que existisse animosidade, cumpria-se um protocolo de educação, de reverência por alguém que nos colocou no mundo, deu educação, sustentou. No fundo, eles, os pais, continuavam com ritual de despotismo trazido pela tradição, transmitindo o que tinham aprendido. O mundo andava devagar, não havia por que romper com o estabelecido. As coisas funcionavam, e se funcionavam mal, não havia ainda suficiente clareza e lucidez para quebrar normas que começavam a ficar obsoletas. Enfim, não se colocava em questão. Era ruim para nós? Era. Uma camisa-de-força, um cerco apertado constituído por nãos. Era bom? Era. Ali aprendemos que a vida era assim, uma camisa-de-força, composta por um conjunto de nãos. Tínhamos de conhecê-los, aprender a driblá-los pela vida afora, despistá-los, superá-los com capacidade, inteligência, esforço. Evidente que o não favorecia a mentira, a hipocrisia.
Atualmente, sorrimos, quando filhas de 13 anos nos comunicam:
— Hoje vou dar uma festinha à noite!
— Saiu um livro de educação sexual. Quem pode comprar para mim?
— P…q…p, pô…*** grtfhun #$% trá-lá-lá!
— Podem me buscar na festa à uma hora!
Este uma é da madrugada, é claro. E quando se vai apanhá-las, vê-se que existem meninas que ainda vão ficar até mais tarde, porque há filhas sempre reclamando:
— Sou a primeira a deixar as festas!
Quando chegam em casa, abrem a porta, porque têm chave. Todas as meninas de sua idade têm chaves de casa, mesadas semanais, ficam lendo à noite até a hora que querem, contestam os pais, marcam festas em casa, ligam o som no máximo do volume. Sabem tudo sobre sexo, perguntam para os pais e professores coisas que fariam um jovem — não de 13, mas de 18 — ser expulso de casa no nosso tempo (ao menos, espera-se que não cometam erros infantis). Namoram, telefonam sem parar, pedem aos pais um cigarro para experimentar (e o pai, dentro da escola moderna do consentimento para não traumatizar, não reprimir, dá).
Nossas angústias eram simples, menos existenciais. E bem definidas. Concretas. Doíam do meso modo. Havia aquela intolerância, contra a qual brigávamos. Mas nosso problema maior era o futuro, o que seremos, o que queremos. Vão dar certo nossos sonhos? Era a grande pergunta, porque havia sonhos. Na permissividade atual, neste final de século do sim, estas angústias se complicaram extremamente para os adolescentes e jovens. São abstratas, metafísicas, sem soluções, porque indefinidas, tênues. Nossos filhos, vivendo em meio a violência e caos, são superprotegidos, defendidos, confundiu-se liberdade com permissividade, romperam-se os limites e eles desconhecem os nãos que poderiam torná-los mais lutadores, preparados, até mesmo raivosos. Nem existem sonhos ou utopias, o que se quer é ter dinheiro, status, vida confortável. O não levou minha geração a uma reação de raiva e ao mesmo tempo perigosa. O não que nos traumatizou, nos conduziu a dizer um sim complexo para nossos filhos. Quem sabe eles não se sintam perdidos, sem condução, soltos no mundo, circulando sem que alguém dê um toque no cordão que nos liga, ajudando a dizer: cuidado,aí tem areia movediça?
 
                                                                                    (Ignácio de Loyola Brandão)

domingo, 26 de junho de 2011

Ha alguma coisa errada que não está certo! Essas 'músicas'...

A musicalidade atual é uma coisa que muito preocupa. Tanto a mim, que as odeio como aos que a ouvem. Perdeu-se de vez o sentido da palavra música! Não estou generalizando, mas poderia fazer assim, se quisesse.
Segundo alguns fãs, elas são maneiras. Tudo bem! São maneiras, engraçadas... Mas eu falo de musicas, não de piadas. Falta bastante criatividade aos compositores; mas isso é bom! Bom porque eles não têm o que escrever, e fazem quatro ou cinco linhas (repetidas 300 vezes)
De verdade, é uma "juventude que fala e não diz nada"! Para ser mais claro, sem querer ofender, mas de certa maneira ofendendo, tenho saudades dos tempos em que algumas bandas não passavam de meros objetos, lugares, ou botões.
Não adianta, apenas, querer imitar grandes nomes da música. Basta ter conteúdo, criatividade, saber falar com quem as escuta, de modo que, cause a impressão de uma verdadeira música.
Portanto, jovens, assim como eu que vos escrevo, não queiram ouvir músicas porque os cantores são bonitinhos, coloridos ou engraçados. Eles são cantores, não são modelos ou humoristas! Música é poesia e “a poesia tem comunicação secreta com os sentimentos do homem”.

sábado, 25 de junho de 2011

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Eu sou assim mesmo: Triste, chato, rude, feliz...
Tristeza não é o mesmo que infelicidade! Tristeza é momento espontâneo, assim como a alegria.
Não me importo com o que os outros pensam, mas sei respeitar o que pensam.
Espero que as pessoas aprendam a respeitar a realidade dos outros, que talvez não seja a mesma deles; A felicidade não é esse momento alegre que muitas pessoas pensam...
A felicidade está muito acima da alegria.
A alegria, talvez, seja apenas o estágio inicial pra quem deseja ser feliz.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

E a resposta?

Eu já ultrapassei a parte de me amar, de me doar, de me conhecer, de me calar, de falar; já ultrapassei a parte de não saber, de não tentar encontrar o erro; já sei que pra todas as respostas, eu preciso perguntar a mim, não aos outros; mas tem isso, que vem às vezes e eu não sei o que é. Não sei se é solidão, se é saudade, não sei... As vezes, é melhor viver na ignorância.

sábado, 11 de junho de 2011

Quanto menos tempo tenho, mais coisas consigo fazer.

Quando eu não tenho nada pra fazer, venho pra cá, escrever! Antes eu ficava cantando, mas parei. Pelo visto, incomoda mais que escrever. Não a mim, mas a quem escuta... Nem por isso eu deixei de cantar. A música é a trilha sonora da vida: encanta, canta, emociona, alegra e, as vezes te deixa triste. Quando remete saudades! Estou cantando a vida que a gente está vivendo.
 Gosto de tudo que é mais difícil! Exceto exatas. Mas há quem diga que exatas não é difícil... Talvez seja por isso que eu não goste dela.



Lágrimas e Maquiagens.

Vocês estão vendo como elas estão conseguindo dominar o mundo? - Dilma Rousseff, Ellen Gracie, Angela Merkel, Hillary Clinton, a Oprah Winfrey...

Durante anos, o homem com a sua postura de Maomé, "construiu" o mundo à sua maneira... Achando que tudo seria em prol de si, e que depois manteria a fama de conquistador, como aconteceu com Colombo, Vespúcio, entre outros. Na verdade, ele não fazia nada mais que "moldar", isso mesmo, moldar.

Quem não lembra de Adão e Eva? - Querem saber a verdade? Adão veio primeiro pra saber se era uma boa viver aqui... Depois, vendo aquela terra produtiva, sem precisar trabalhar, apenas comendo e bebendo, Eva resolveu dar as caras. É! Dar as caras. Então, as mulheres resolveram descansar um pouco, deixaram os homens trabalhar, trabalhar, trabalhar e trabalhar, enquanto elas ficavam em casa vendo o sacrifício.

Elas sempre foram mandonas, não é à toa que conseguiram chegar onde chegaram. E nós... sempre obedecemos, achando que estávamos por cima da situação. Hoje em dia, elas estão nas Câmaras( Estaduais e Federais), nos Ministérios, no Senado, no Supremo, e no posto mais alto do país, a Presidência.

São advogadas, juízas, médicas, policiais, enfermeiras... São as chefes! Mal abrem a boca pra dizer o que tem que fazer, e... já está feito. Os bobões, ficam à espreita, tentando tomar o poder, mas elas sempre possuem um Plano F: Plano Fora daqui.
Já era! Elas tomaram a situação. - E o que nos resta a fazer?
Acordam cedo, colocam suas maquiagens, seu salto, sua chapinha, e partem para o "Campo de Ataque." - E suas lágrimas, o que não fazem? Choram quando necessário, e até quando desnecessário...

A verdade, é que nós construímos o império que seria delas. Seus olhos sempre atentos às nossas falhas, nada mais era pra que não errássemos no que lhes pertence. Gostam de tudo perfeito, como toda boa "Dona de Casa", independente do seu posto.

Suas lágrimas e suas maquiagens, são apenas a camufla de seu autoritarismo, que aos poucos conquista cada canto, sem precisar de qualquer tipo de guerra. Chegam como quem nada quer, e quando você menos espera... Puft! Já foi tomado.
Preste bastante atenção, pois, quando você pensa que está livre dela, ela lhe faz mudar até o modo de respirar.


                                                                 J. Victor Abrantes.